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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Poema 2: "Noite"

NOITE
Francisco Mesquita.

Anoiteceu – repentinamente...
Via ruir sentidos.
Buscava entender: razões, complicações, ações.
Por quê? Ressoava alto, ecoava...

Sentar, chorar,... desistir.
Verbos de fácil conjugação, mas longa dicção.
Entre os barulhos do silêncio
Ousava encontrar rimas obscuras.

Os escuros se alternavam, tonalizavam-se.
Ante as incertezas...
O mundo era um gênesis às avessas.
Mas, nele havia a Separação.

Queria despertar – em adeus...
O sentimento mascava-se com força.
Por quê? Ecoava alto, ressoava.

Tanto brilho desfeito... rarefeito...
Solto pelo chão – mandamentos.
Repassava os dias como em tela.

Procurava, em sonhos, só uma resposta...
Quando desanoitecerá o amor?!

* * * * *
Francisco Mesquita é Professor, Poeta e Crítico Literário. Seu livro de poemas - Poesia prima - foi publicado em 2001, com prefácio de Lourival Holanda e posfácio de Ligia Militz da Costa, pela editora Pernambuco.

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