RETRATO DE SÃO JOÃO
Francisco Mesquita.
Incendeias minh’alma
qual fogueira em brasa.
Ateias fogo em minha vida
como se de madeira eu fosse.
Um dia, em festa ardíamos
tão juninamente – em solo.
Bailávamos muito quentes
como noites de luar acesas.
Aos fogos, folgávamos
uníssonos! (Nada mais havia.)
Outras cores luziam os céus;
tantos gostos se mesclavam.
Agora, sou fuligem em chuva;
teu calor não me aquece.
Só queima, arde, dói, treme.
Sou desejo... queimando vivo.
* * * * *
(Texto protegido pela Lei de Direitos Autorais, Lei 9.610, de 19/02/1998.)
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